(Bruno Daesse)
Pra você que está
chegando pela primeira vez nesse blog e está lendo a primeira
postagem dele, deixe que eu te explique uma coisa: Marechal Random é
um blog sobre as coisas que seus três colunistas mais gostam. Nesse
quesito, livros, indiscutivelmente, são objetos sobre os quais
iremos falar bastante.
No entanto,
constantemente vejo pessoas ranqueando seus livros preferidos. Às
vezes, dando uma certa ordem de importância; às vezes, descrevendo
os motivos pelos quais tais e tais livros fazem parte de uma lista.
Feliz, ou infelizmente, ninguém nunca me perguntou quais são os
meus livros favoritos.
Desde muito cedo fui
estimulado a ser leitor de livros. (Uma pena que as pessoas não se
dediquem mais a formar leitores... emprestando livros, e quando os
recebem de volta, conversam sobre as impressões de cada um ao ler
tal livro). Minha mãe é professora, meu padrasto é professor, meu
tio é professor, meu primo e sua esposa são professores de
literatura, ou seja, acho que seria apedrejado dentro da família se
não gostasse de pegar um livro para ler.
Por motivos óbvios e
próprios, me tornei um leitor colecionador de livros. Às vezes,
posso entender o usuário de crack, que mal acabou de fumar uma pedra
e já está em busca do prazer da próxima. O mesmo se dá comigo e
os livros. Mesmo que não tenha terminado um livro, já parto para
outro e se encontrar um exemplar que me interessa na promoção,
compro. Mesmo sem saber quando vou ler aquele exemplar. Atualmente,
por questões de espaço e organização, só posso ter nas minhas
estantes, os livros que ainda não li. E já são duas estantes
cheias.
Pouco me importa ver
televisão. Consigo ler por várias horas mesmo escutando música com
fone de ouvido. Pouca coisa me atrapalha ao ler. A não ser,
obviamente, interrupções constantes. Por vezes, dependendo do
livro, consigo ler dois ou três exemplares por semana.
Logo, concluo que nunca
conseguirei enumerar ou dar maior ou menor valor a um determinado
conjunto de livros. Sempre que eu puder ler, eu lerei. Reza uma lenda
de família onde, num churrascão de domingo, minha prima tomou uma
bronca feroz da minha tia quando viu a mim e ao meu irmão lendo
jornais velhos. “Tá vendo? Seus primos leem até jornais velhos!
Você não é capaz de ler a própria cartilha da escola!”.
Algumas pessoas,
naturalmente, apresentam algumas justificativas para não conseguirem
ler: Ficam com sono, se enchem da história, não gostam do livro que
estão lendo, a linguagem do livro é chata, estão lendo porque o
professor passou como atividade, só conseguem ler em absoluto
silêncio, etc.. Os motivos são inúmeros. Costumo sempre dizer que
alguém que diz que não gosta de ler, só diz isso porque ainda não
encontrou o que gosta de ler. No momento em que encontrar aquilo que
desperte seu interesse, não vai mais parar e vai entender a dinâmica
do bom leitor, que chega a ficar deprimido quando aquele livro, com
aquele assunto/temática/tema que ele gostou tanto, chega ao fim.
Quanto ao preço dos
livros. Nem isso eu considero problema. Se a internet disponibiliza
gratuitamente até pornografia, que era um prazer proibido para se
conseguir ver um filme. Hoje não é possível contar quantos sites
existem. Ora, com os livros também não é diferente. Existem sites
que disponibilizam diversos livros para leitura on line, ou que você
pode baixar para um smartphone ou tablet e ler sem ocupar muito
espaço, ou carregar muito peso.
Ao longo de nossa
jornada aqui no Blog do Marecham Random, falaremos sobre muitos
livros, ou assuntos relacionados à literatura. De repente, você
pode se interessar por algo que a gente fale. Vai obter o livro e,
por ventura, se não gostar, não se sinta obrigado a continuar uma
leitura que não é boa pra você. Você só deve ler/fazer aquilo
que lhe dê prazer. Todo o resto é obrigação. E nós aqui não
somos nenhum Marechal dando ordem unida para um pelotão.
Inté!